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MENOPAUSA –
CAUSAS, SINTOMAS E TRATAMENTO
Menopausa é
o nome que damos à última menstruação da mulher, evento ocasionado pela
falência dos ovários, caracterizada pela interrupção da ovulação e da produção
de estrogênio. É um processo inevitável, irreversível e universal para todas as
mulheres. O termo menopausa é muitas vezes empregado erradamente, sendo
confundido com climatério.
Neste texto
abordaremos o que é a menopausa, quais são os seus principais sintomas e qual é
a diferença entre menopausa e climatério.
MENOPAUSA X
CLIMATÉRIO
Há muita
confusão, principalmente entre o público leigo, com os termos menopausa e
climatério. Menopausa, como descrito na introdução, é a última menstruação da
vida da mulher. O período que se segue após a cessação da menstruação é chamado
de climatério. Portanto, apesar de ser muito comum ouvirmos dizer que uma
mulher está na menopausa, o mais correto seria dizer que ela teve a menopausa e
agora está no climatério.
A vida
reprodutiva da mulher apresenta dois importantes marcos: a menarca, que é a
primeira menstruação, e a menopausa, sua última menstruação. A primeira é o
sinal de que a vida fértil da mulher está sendo iniciada, enquanto a segunda é
o sinal de que o período fértil chegou ao seu fim.
Idade da
menopausa
A menopausa
é causada pelo envelhecimento dos ovários e pela depleção dos seus folículos,
que são um agregado de células que dão origem aos óvulos. As mulheres nascem
com cerca de 450.000 potenciais óvulos estocados nos folículos ovarianos. Esses
óvulos começam a ser eliminados pelo organismo desde antes do nascimento, um
processo progressivo que se completa, em média, quando a mulher atinge os 50
anos. Na verdade, 90% das mulheres têm sua menopausa entre os 45 e 55 anos.
Cerca de 5% podem tê-la mais próximo dos 40 anos e outros 5% mais próximo dos
60 anos. Esta continua e lenta degeneração dos folículos do ovário é chamada de
atresia folicular.
Vários
fatores influenciam na idade na menopausa. Os mais importantes são:
– Genética.
– Origem
étnica: a menopausa costuma ocorrer mais cedo em mulheres latinas e mais
tardiamente em asiáticas.
– História
de tabagismo: mulheres que fumam apresentam a menopausa, em média, dois anos
antes das não-fumantes (leia: MALEFÍCIOS DO CIGARRO | Tratamento do tabagismo)
– História
reprodutiva: mulheres que nunca engravidaram apresentam menopausa mais cedo.
Obviamente,
mulheres que têm seus ovários removidos cirurgicamente apresentam menopausa
imediatamente. O tratamento com radioterapia ou quimioterapia também pode levar
a uma menopausa precoce.
POR QUE A
MENOPAUSA OCORRE?
A mulher no
climatério, isto é, após a menopausa, não mais ovula e também não é mais capaz
de produzir os seus hormônios sexuais, principalmente o estrogênio e a
progesterona.
A menopausa
não é um evento que acontece abruptamente logo após o último folículo sofrer
atresia. Muito antes da menopausa o organismo das mulheres já começa a mudar. A
partir dos 35 anos os folículos ovarianos ainda viáveis já dão sinais de
envelhecimento, tornando-se menos responsivos às ações hormonais que estimulam
a ovulação, como o aumento da concentração sanguínea do Hormônio Folículo
Estimulante (FSH).
Sem querer
entrar em mecanismos hormonais complexos, vale a pena explicar que o FSH,
produzido pela glândula hipófise dentro do sistema nervoso central, é o
hormônio responsável pela produção de estrogênio e progesterona, além da
maturação dos folículos ovarianos, o que, em última análise, leva à ovulação.
Como os
ovários com o passar do tempo vão ficando cada vez menos responsivos ao FSH, a
hipófise precisa aumentar a sua produção para manter a mulher ovulando e
produzindo estrogênio e progesterona. Após a menopausa, quando todos os
folículos já sofreram atresia, os ovários estão tão envelhecidos que por mais
que a hipófise produza FSH em grandes quantidades, já não há mais a produção de
estrogêneos.
Mulheres com
climatério plenamente estabelecido, portanto, apresentam elevados níveis de
FSH, estrogênio baixo e ausência de períodos menstruais.
Para um
melhor entendimento do ciclo ovulatório, sugerimos a leitura do texto: CICLO
MENSTRUAL | PERÍODO FÉRTIL.
SINTOMAS DA
MENOPAUSA E DO CLIMATÉRIO
Quando a
época da menopausa se aproxima, os ciclos menstruais vão ficando irregulares,
podendo ser maiores ou menores que o habitual. O tempo de sangramento costuma
estar mais curto, mas a quantidade de sangue perdida pode ser maior. É comum
passar dois ou mais meses sem menstruar, o que torna muito difícil saber
antecipadamente qual será a sua última menstruação. Para se definir a data da
menopausa e afirmar que a mulher entrou no climatério é preciso que ela esteja
pelo menos doze meses (um ano) sem menstruar.
a. Fogachos
As famosas
ondas de calor da menopausa, também chamadas de fogacho, são os sintomas mais
comuns do climatério. Iniciam-se quando a menopausa se aproxima e permanecem
pelos primeiros anos do climatério. As ondas de calor costumam durar de um a
cinco anos, mas há algumas mulheres desafortunadas mantém os fogachos até os 70
anos.
Os fogachos
geralmente começam com uma súbita sensação de calor no tórax e no rosto que
rapidamente torna-se generalizada. A sensação de calor dura dois a quatro
minutos, frequentemente associada com transpiração abundante e, ocasionalmente,
palpitações. Muitas vezes a onda de calor é seguida por calafrios e tremores, e
às vezes, crises de ansiedade. As ondas de calor geralmente ocorrem várias
vezes por dia e são particularmente comuns à noite.
Para mais
informações sobre os calores da menopausa: FOGACHO | Calor da menopausa.
b. Sintomas
urogenitais
A camada de
tecido que recobre a vagina, chamada de epitélio vaginal, é muito sensível ao
estrogênio. Após a menopausa, a deficiência de estrogênio leva ao afinamento
deste epitélio vaginal, resultando em atrofia da vagina (também chamada de
vaginite atrófica), que leva a sintomas de secura vaginal, coceira e dor
durante o ato sexual.
A ausência
de estrogênio também causa uma diminuição do fluxo sanguíneo para a vagina e
vulva. Esta diminuição causa redução da libido e da lubrificação vaginal. A
falta de estrogênio também pode causar redução da elasticidade da parede
vaginal, tornando a vagina mais curta e mais estreita.
A uretra,
canal que drena a urina da bexiga, também sofre com a baixa produção de
estrogênio após a menopausa. A atrofia da uretra pode levar à incontinência
urinária (leia: INCONTINÊNCIA URINÁRIA | Causas, tipos e diagnóstico).
Infecções
urinárias recorrentes também são um problema para muitas mulheres no
climatério. A deficiência de estrogênio pode aumentar o pH vaginal e alterar a
flora bacteriana, eliminado as bactérias naturais da vagina que protegem a
mulher das infecções urinárias (leia: INFECÇÃO URINÁRIA | CISTITE).
c. Depressão
e alterações do humor
Durante a
transição da fase reprodutiva para o climatério, algumas mulheres podem
desenvolver alterações do humor, como tristeza, irritabilidade, dificuldade de
concentração e desinteresse por atividades normais. Alterações do sono são
comuns, podendo a mulher passar a dormir demais ou ter problemas para iniciar
e/ou manter o sono.
d. Problemas
a longo prazo
A dramática
redução da produção de estrogênio após a menopausa também provoca consequências
a longo prazo. Entre as mais comuns estão a perda da elasticidade da pele,
aumento da incidência de osteoporose (leia: OSTEOPOROSE | Sintomas e
tratamento) e aumento da incidência de doença cardiovasculares.
Outras
alterações comuns do corpo devido a menopausa são a perda de elasticidade dos
seios, perda de força e brilho dos cabelos, redução da saúde dos dentes e
gengivas, dores nas costas e em algumas articulações.
TRATAMENTO
DA MENOPAUSA
A menopausa
não é uma doença, é um processo natural do organismo da mulher. Portanto, não é
preciso tratar a menopausa em si. Quando dizemos tratamento da menopausa,
estamos nos referindo ao controle dos sintomas inconvenientes da falência dos
ovários e à prevenção de problemas crônicos, como a osteoporose.
Entre as
opções de tratamento para a menopausa, podemos citar:
Reposição
hormonal
A reposição
de estrogênio (geralmente com progesterona) continua a ser, de longe, a opção
mais eficaz de tratamento para aliviar boa parte dos sintomas da menopausa,
incluindo fogachos, insônia, irritação, dores articulares e perda de massa
óssea.
Antigamente,
recomendava-se a reposição hormonal por vários anos, mesmo para mulheres idosas
no climatério. Após estudos demonstrando aumento do riscos de doenças
cardíacas, AVC, trombose e câncer da mama com a reposição prolongada de
estrogênios, a forma de repor hormônios mudou radicalmente.
Hoje em dia
indicamos hormônios apenas para combater os sintomas da pré-menopausa em mulheres
ao redor dos 40 e 50 anos. O tratamento é feito por no máximo 5 anos, período
no qual os estudos mostram haver pouco risco de efeitos adversos.
Estrogênio
vaginal
Para aliviar
a secura vaginal, o estrogênio pode ser administrado diretamente na vagina,
usando um comprimido vaginal, anel ou creme . Este tratamento ajudar a aliviar
a secura vaginal, o desconforto com a relação sexual e alguns sintomas
urinários.
Antidepressivos
em doses baixas
Certos
antidepressivos da classe de medicamentos chamados inibidores da recaptação da
serotonina (ISRS) podem diminuir os calores da menopausa e reduzir a incidência
de depressão.
Controle da
osteoporose
Não se usa mais estrogênio a longo prazo para
prevenir a osteoporose. Atualmente o tratamento é feito com reposição de
cálcio, vitamina D e bifosfonatos (alendronato ou risedronato).
AUTOR: DR. PEDRO PINHEIRO »
essa música é tudo de bom...me faz voltar a muitos anos atrás...só coisas boas!!!
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