O TEMPO QUE ME RESTA É O TEMPO QUE
NÃO PARA.
Pois é, parece que foi
um dia desses que o ano começava e já estamos nos preparando para as festas de
final de ano. E o aniversário, a comemoração tá começando a ficar sem graça, ironicamente
parece que não tivemos muito tempo para viver ano anterior. Afinal de contas, o
que está acontecendo com o tempo? Por que temos a sensação que ele passa tão rapidamente?
Será que apenas os mais velhos sentem isso?
Quando éramos jovens,
não víamos a hora de ter 18 anos, por diversas razões próprias de quem naquela
época sofria restrições sociais devido à idade, entretanto o tempo não passava,
um ano era uma eternidade. Na escola então, que horror era esperar a sineta(campainha)
tocar, seja para o recreio, seja para indicar o final da aula. Tudo isso nos
levava a sensação que o tempo, diferente de hoje era mais demorado. Mas então,
onde está explicação para isso tudo?
Há várias hipóteses
para o fenômeno, a mais aceita indica que essa sensação está relacionada à
quantidade de informações e experiências a que estamos sujeitos e submetidos
atualmente. Quando experimentamos alguma coisa pela primeira vez, mais dados
são armazenados em nossa memória, pois tudo é novidade.
Um exemplo prático
podemos constatar quando vamos a algum lugar pela primeira vez e não sabemos o
caminho, certamente sem utilizar os recursos tecnológicos de hoje em dia, vamos
ter uma dificuldade de encontrar o lugar, tendo que observar as placas de
sinalização e indicações, paisagem do itinerário, além é claro de conduzir o
carro com pouca velocidade para não errar a entrada. Todo esse procedimento de
conhecer o caminho vai demandar em uso do tempo.
Quando voltarmos ao
lugar em outra oportunidade, já conhecendo a rota teremos a sensação que ela
encurtou. O mesmo vale para a nossa vida em geral – uma vez que muitas
experiências são repetições do que já vivemos antes.
Tudo isso tem a ver
com a nossa percepção do tempo: segundo teorias psicológicas recentes, a grande
responsável pela aceleração de nossas vidas tem um nome – rotina.
A memória humana não
funciona como um computador, que salva cada informação. No nosso caso, a
memória é socialmente construída, nem tudo é guardado e, mesmo as coisas que
mantemos, frequentemente não são fáceis de serem acessadas. Na maioria das
vezes, o que fica gravado de um jeito mais forte nas nossas lembranças são as
primeiras experiências que temos de alguma situação, aqueles momentos
marcantes, intensos, inusitados e novos que parecem fazer com que a hora passe
mais devagar.
E é justamente por
isso que a rotina faz o tempo voar: quando a vida se resume a uma interminável
repetição das mesmas experiências, não temos porquê guardar estas memórias de
uma forma especial, e tudo parece passar por nós como um borrão. A mesma lógica
explica o motivo pelo qual a infância segue o caminho oposto – o mundo era
inteiro feito de novidades, por isso o ritmo das coisas era bem mais vagaroso.
E isso tudo tá apenas
associados as pessoas mais velhas? Hoje em dia a resposta é não, entretanto os
mais jovens sentem menos essa sensação do tempo acelerado. Para um jovem de 12
anos, como dissemos anteriormente, chegar aos 18 parece levar uma eternidade –
afinal, esses anos de diferença correspondem a metade do tempo já vivido por
ele (jovem). Já para alguém que está na
casa dos 60 anos, os mesmos seis anos representam apenas 10% de sua vida. Por
isso, em geral a sensação de que o tempo está voando fica mais forte à medida
que envelhecemos.
Por fim, há ainda quem
afirme que, como vivemos num cotidiano cada vez mais acelerado, impulsionado
pelos avanços tecnológicos, estaríamos nos distanciando de um suposto ritmo
biológico natural, mais lento. Esse descompasso é que daria a impressão de que o
tempo está passando mais depressa.
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