Como já sabemos e amplamente divulgado nos meios de
comunicação de todo o País, as vacinas disponíveis da CoronaVac e AstraZeneca/Oxford, ambas aprovadas pela Agência
Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) já foram disponibilizadas para todo o
Brasil, respeitando o Plano Nacional de Imunização do Ministério da Saúde, que
conforme quantidade disponível, definiu os grupos prioritários para vacinação
nessa primeira fase.
1 - Quais serão os grupos prioritários?
Em 22 de janeiro, o Ministério da Saúde incluiu novos grupos entre os
prioritários da vacinação. Segundo o plano nacional de
imunização atualizado, as prioridades da campanha são:
- Pessoas
com 60 anos ou mais institucionalizadas
- Pessoas
com deficiência institucionalizadas
- Povos
indígenas vivendo em terras indígenas
- Trabalhadores
de saúde
- Pessoas
de 60 anos ou mais
- Povos
e comunidades tradicionais ribeirinhas
- Povos
e comunidades tradicionais quilombolas
- Pessoas
com comorbidades
- Pessoas
com deficiência permanente grave
- Pessoas
em situação de rua
- População
privada de liberdade
- Funcionário
do sistema de privação de liberdade
- Trabalhadores
de educação
- Forças
de segurança, salvamento e Forças Armadas
- Trabalhadores
de transporte coletivo rodoviário de passageiros
- Trabalhadores
de transporte metroviário e ferroviário
- Trabalhadores
de transporte aéreo
- Trabalhadores
de transporte de aquaviário
- Caminhoneiros
- Trabalhadores
portuários
- Trabalhadores industriais
2 - Quais serão as fases de vacinação?
Na segunda versão do plano de imunização, o governo detalha apenas como será a primeira etapa de vacinação:
Serão 2,8 milhões de pessoas que receberão duas doses da CoronaVac (doses disponíveis). Estão neste grupo:
- Trabalhadores
da saúde na linha de frente contra a Covid-19;
- Pessoas
idosas (mais de 60 anos) residentes em instituições de longa permanência (institucionalizadas);
- Pessoas
a partir de 18 anos de idade com deficiência em Residências Inclusivas
(institucionalizadas);
- População
indígena vivendo em terras indígenas.
Depois, preferencialmente, de acordo com a disponibilidade
da vacina, novos grupos serão incluídos:
- Equipes
de vacinação que estiverem envolvidas na etapa das primeiras 6 milhões de
doses;
- Trabalhadores
das Instituições de Longa Permanência de Idosos e de Residências
Inclusivas (Serviço de Acolhimento Institucional em Residência Inclusiva
para jovens e adultos com deficiência);
· Trabalhadores dos serviços de saúde públicos e privados, tanto da
urgência quanto da atenção básica, envolvidos diretamente na atenção/referência
para os casos suspeitos e confirmados da Covid-19; outros trabalhadores de
saúde.
Nesta atual versão do plano, demais prioritários e outros grupos continuam contemplados em uma futura etapa da vacinação, mas não há detalhamento de fases.
3 - É verdade que o Ministério da Saúde está fazendo um agendamento para
receber a vacina?
Não. Em nota, o Ministério da Saúde disse que não realiza agendamento para aplicação de nenhum tipo de vacina, e nem envia códigos para celular dos usuários do Sistema Único de Saúde (SUS).
Caso a pessoa não esteja cadastrada nas bases de dados do Ministério da Saúde, o profissional no posto de saúde poderá registrá-lo no momento do atendimento.
5 - Quais vacinas serão aplicadas no Brasil?
Por enquanto, duas vacinas foram aprovadas para uso emergencial: a CoronaVac,
desenvolvida pelo laboratório Sinovac em parceria com o Instituto Butantan, e a vacina de
Oxford, desenvolvida pela AstraZeneca e pela Universidade de Oxford, em
parceria com a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).
6 - Posso escolher qual vacina tomar?
Não é recomendado que a pessoa receba doses de laboratórios diferentes, pois não há estudos que assegurem a resposta imunológica correta no caso de aplicação de vacinas distintas. Portanto, vai constar na Carteira da Vacinação qual dose foi aplicada na pessoa - não só o laboratório, mas também o lote. Dessa forma, os agentes de saúde poderão não só aplicar o imunizante correto, do mesmo laboratório, na segunda dose, como rastrear o lote caso haja efeitos colaterais severos em algum paciente.
8 - Por que a vacinação é importante?
Quanto mais gente se vacinar logo no início, mais fácil será tratar eventuais pessoas que ainda não receberam suas doses e precisarão, portanto, de atendimento médico.
As vacinas não garantem que o
paciente não terá Covid-19 novamente, apenas diminuem a chance de infecção
e também a gravidade da doença em relação às pessoas que não receberam.
Por isso, mesmo os vacinados ainda poderão transmitir o coronavírus. O uso da
máscara ainda será fundamental, assim como o isolamento.
"Nenhuma vacina é 100% eficaz. Você só consegue maior proteção quando a maior parte da população se vacina, porque quando tem muita gente vacinando, o vírus diminui a circulação e, então, acaba protegendo também quem não está vacinado. Por isso que não é 'toma quem quer'", disse Denise Garret, epidemiologista e vice-presidente do Instituto Sabin de Vacinas.
9 - A vacina será gratuita?
Sim. A vacina será disponibilizada pelo Sistema Único
de Saúde, sem custos.
10 - Como vou
comprovar que sofro de comorbidade para ter prioridade na vacinação? A quem
entrego o atestado médico e como será feita essa avaliação?
As comorbidades que garantem prioridade na vacinação foram
definidas por ordem de risco para complicações da Covid-19. A comprovação será
pelo prontuário dos pacientes atendidos nas Unidades de Saúde.
Porém, pessoas que não têm vínculo com as Unidades de Saúde
deverão apresentar, via o aplicativo da prefeitura Saúde Já, a indicação
médica, exames ou receitas de medicamentos emitidos nos últimos 90 dias que
comprovem a comorbidade. Após essa documentação ser analisada, a Secretaria
Municipal da Saúde fará o agendamento da vacinação também pelo aplicativo Saúde
Já, por ordem de idade dos mais velhos para os mais novos.
11 - Após ser
vacinado, por quanto tempo ficarei imunizado?
As vacinas de Covid-19 aplicadas no mundo todo ainda são de
caráter emergencial. Para determinar a eficácia de duração dos imunizantes é
preciso o acompanhamento por meio de pesquisas dos vários grupos vacinados.
12 - Com a vacina,
vou poder relaxar nas medidas de prevenção da doença?
Não. O uso de máscaras, distanciamento social, higiene das
mãos são medidas necessárias mesmo após a vacina. Mesmo com a chegada da
vacina, ainda estamos muito distantes do fim da pandemia. Ou seja, ainda não
poderemos relaxar nessas medidas, que só serão aliviadas na medida em que a
vacinação seja ampliada para todos os grupos, sem exceção.
13 - A vacinação contra a Covid-19 acabará com o
coronavírus?
Ainda não se sabe. Em maio, a OMS afirmou que não há
como prever quando se o coronavírus irá desaparecer um dia,
mesmo com uma vacina.
Porém, ainda que a vacina não seja capaz de fazer o vírus
desaparecer, ela será capaz de interromper as cadeias de transmissão e conter a
disseminação entre as populações.
A previsão dos cientistas e da própria OMS é que o
coronavírus se torne endêmico: à exemplo do que ocorre com o Influenza, que
infecta novas pessoas todos os anos, o vírus continuará em circulação
infectando aqueles que estiverem suscetíveis à Covid-19.
14 - Posso ser infectado pelo coronavírus ao tomar a
vacina?
Não, pois nenhuma vacina em testes contém o vírus vivo.
“A vacina contra a Covid-19 é uma ‘vacina morta’, ou seja, são inativadas, não
contém o vírus vivo. Portanto, é impossível você ser infectado ao se vacinar”,
explica Ribeiro.
15 - A vacinação será obrigatória?
Na prática, as vacinas no Brasil já são 'obrigatórias'.
Em diversos estados e cidades brasileiras, quem quiser matricular filhos em
colégios públicos, por exemplo, precisa mostrar cadernetas de vacinação em dia.
A necessidade de apresentação de caderneta também é obrigatória para quem quer
disputar cargos públicos no Brasil e imunização em dia é ‘condição necessária’
para quem se inscreve no Bolsa Família. Outro exemplo de “obrigatoriedade” é a
vacina de febre amarela. Segundo a OMS, 127 países exigem a vacinação contra a
doença.
Em dezembro, o Supremo Tribunal Federal (STF) autorizou
a aplicação de medidas restritivas para quem se recusar
a se vacinar contra a Covid-19. Eles entenderam que essas
medidas são necessárias porque a saúde coletiva não pode ser prejudicada por
decisão individual.
16 - Quando teremos imunidade de rebanho com a vacinação?
Ainda é difícil de definir o prazo para atingir a
imunidade de rebanho das vacinas contra a Covid-19. Um dos motivos é a
falta de definição de qual será a quantidade de doses por mês no Brasil, além
de uma certa incerteza dos cientistas com relação à porcentagem da população
que é necessária para barrar a transmissão.
A imunidade de rebanho acontece quando muitas pessoas
adquirem anticorpos ou uma resposta imunológica a uma determinada doença
infecciosa. O agente patogênico passa a encontrar menos pessoas sem imunidade e
encontra dificuldade em se propagar, ou seja a cadeia de transmissão da
enfermidade é interrompida.
17 - Não sou grupo de risco, não sei quando serei vacinado
pelo SUS. Poderei comprar a vacina em uma clínica particular?
Ainda não há uma previsão de quando as clínicas
particulares conseguirão comprar lotes das vacinas contra a Covid-19
que forem aprovadas no Brasil.
A orientação dos órgão de saúde nacionais e internacionais é
que todas as doses produzidas pelos laboratórios neste primeiro momento sejam
direcionadas aos governos, com a finalidade de garantir que as pessoas dos
grupos de risco sejam imunizadas o mais breve possível.
Já existe um debate político sobre o tema, mas todos
especialistas consideram que neste momento, a prioridade dos laboratórios sejam
priorizar o atendimento emergencial do SUS, seguindo o Plano de Vacinação do
Governo, o que não impede, mais a frente, que essa proposta de vacinação em
clínicas particulares não possa ser considerada também.
18 - Posso parar de usar máscara depois de me vacinar?
Não é recomendado. Isso porque a vacina, mesmo após as duas doses, não produz uma resposta imunológica imediatamente — isso pode levar dias. Ainda assim, nenhuma vacina garante 100% de imunidade, apesar de diminuir as chances de internações e casos graves da doença. Para que a vida volte ao normal, onde não se usa máscara e aglomerações são permitidas, é preciso alcançar a imunidade de rebanho. Isso só vai acontecer quando uma boa parcela da população for imunizada. Essa data ainda é difícil de ser prevista porque depende do número de doses que o Brasil vai poder aplicar por mês e também as taxas de eficácia. Em geral, quanto menor a taxa de eficácia (que precisa ser de, no mínimo, 50%) mais pessoas precisam ser vacinadas. Como o uso emergencial prevê a imunização apenas para uma parcela pequena da população (grupos de risco), isso deve frear o número de casos e óbitos em alguns meses, mas não o suficiente para parar o vírus a curto prazo.
Fontes: Ministério da Saúde - OMS - ANVISA - Fundação Oswaldo Cruz
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