Agnaldo Timóteo nasceu no dia 16 de outubro de 1936 em
Caratinga, Minas Gerais. Filho de José Timóteo e Catarina Maria, estudou até o
terceiro ano primário, e aos 14 anos já trabalhava como torneiro mecânico no
DNER (Departamento Nacional de Estradas de Rodagem).
Aos 16 anos, mudou-se para Governador Valadares (MG), onde
passou a trabalhar no DER/MG e em outras oficinas até 1955, quando iniciou a
luta pelo seu espaço em Belo Horizonte, com apoio de Aldair Pinto, nos
principais programas de calouros das rádios Inconfidência, Itatiaia, Mineira e
Guarani.
Em 1960, com a perda do seu irmão Carlos, voltou para
Caratinga, onde permaneceu até o final do mesmo ano, quando mudou-se em
definitivo para o Rio de Janeiro, época em que estreou no disco: um 78 rotações
com “Sábado no morro” e “Cruel Solidão”. Nada aconteceu.
Dois anos depois, foi contratado pela Philips e gravou o
compacto duplo “Tortura de Amor”. A gravadora não acreditou no trabalho, e as
180 cópias foram vendidas de mão em mão pelo próprio artista.
O ano de 1965 veio repleto de vitórias em sua carreira
artística. A partir do momento em que defendeu o primeiro lugar no “Rio Hit
Parade” (programa produzido por Jair de Taumaturgo, na TV Rio) com a balada
“The house of the rising sun”, sucesso do grupo The Animals, começou a
arrebatar todos os prêmios até ser contratado pela Odeon, onde estreou com o LP
“Surge Um Astro”, um marco de vendagens para a indústria fonográfica naquele
ano.
Começou, então, a gravar versões para o português dos
maiores sucessos das paradas mundiais (Aline, Que Cést Triste Venice, Amore
Scusami, La Mamma, Io Che Non Vivo Senza Te, etc…), até que em 1967 ganhou do
rei Roberto Carlos a canção Meu Grito, seu maior sucesso até hoje. Aliás, de
Roberto e Erasmo, Agnaldo ganhou mais três canções nos anos seguintes (Deixe-me
Outro Dia, Menos Hoje, Os Brutos Também Amame Frustrações).
Embora nunca tenha investido na sua carreira internacional,
Timóteo viajou por mais de 32 países, entre os quais EUA, Alemanha, Itália,
França, Angola, Argentina, México, África do Sul, e se apresentou em todos
eles. Gravou quatro LPs em espanhol e colecionou dezenas de sucessos marcantes
conhecidos de norte a sul no Brasil.
Em 1982, mesmo sem nenhuma ligação política, foi eleito
deputado federal com a maior votação da história deste país, em primeiro
mandato. Obteve 503 mil votos de um eleitorado de seis milhões.
Artisticamente, nunca deixou a carreira de lado. Em 1985,
depois de 20 anos contratado pela Emi-Odeon, foi dispensado e gravou nas
companhias 3M, Continental/Warner, Som Livre, Sony Music. Realizou, ainda, três
discos independentes que ele mesmo vendeu num total de 100 mil cópias no seu
projeto “CD Rua”.
Em 2012 concorreu ao Prêmio da Música Brasileira na
categoria de melhor cantor popular pelo álbum “A Força da Mulher” e lançou no
ano seguinte dois álbuns: o religioso “Minha oração” e “Recuerdos de mi
juventud”, com clássicos da música latina dos anos 40 e 50.
Em 2015 celebrou seus 50 anos de carreira com o DVD “50 anos
na estrada esfaltada”, ao lado de Angela Maria, Cauby Peixoto, Alcione,
Claudette Soares e Martinha.
No ano passado lançou “Obrigado, Cauby”, um CD em homenagem
ao seu ídolo Cauby Peixoto.
A sua personalidade autêntica e polêmica o transformou numa
das figuras mais admiradas e respeitadas do Brasil. Não há quem não o conheça,
seja pelo artista de voz inconfundível, pelo político de grande prestígio, ou
pelo seu temperamento explosivo, que Roberto e Erasmo Carlos tão bem retrataram
em Os Brutos Também Amam.
O cantor Agnaldo Timóteo, morreu ontem(03/04)
aos 84 anos de Covid-19, assim o país perde uma das mais belas e afinadas vozes
da nossa música popular brasileira – Segue em Paz!
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