Hoje
(16/06), o cantor e compositor Ivan Lins, carioca e tijucano, conhecido pelas
inúmeras gravações de sua obra no mundo todo, por suas harmonias diferenciadas
e por seus arranjos, ao mesmo tempo refinados e populares, completa 78 anos em
plena atividade.
AGUARDE ABRIR A PLAYLIST - MÚSICAS
Passou
parte de sua infância nos Estados Unidos e é desde tempo que vem suas primeiras
influências. Na volta ao Brasil teve contato com os grandes intérpretes e as
canções da época, além do fado que escutava em casa de seus avós. Mais tarde o
jazz e a música brasileira, em especial a bossa nova, se somariam a este
caldeirão de influências. Aos 18 anos, já estudante universitário de química,
adota o piano como seu instrumento e inicia a carreira de compositor. Suas
composições, com uma construção harmônica diferenciada, harmonizações e
encadeamentos incomuns na música brasileira na década de 70, faz dele um
artista respeitado entre músicos do mundo inteiro.
Ivan
também teve inúmeros sucessos como cantor e como compositor, entre eles
“Madalena” (lançada pela inesquecível Elis Regina), “Abre Alas”, “Somos Todos
Iguais Essa Noite”, “Começar de Novo”, “Dinorah, Dinorah”, “Bandeira do
Divino”, “Bilhete”, “Desesperar, Jamais”, “ Aiaiaiaiai”, “Vitoriosa”, “Vieste”,
“Lembra de mim”, “Depende de nós”, “Novo Tempo”, “Meu País” , dentre outras.
Sua obra
se renovou através dos anos, trazendo sempre novos valores musicais e ideais
agregados, sem nunca perder a sua marca autoral, o seu DNA e sua originalidade.
A partir dos anos 80 seu trabalho tem uma grande repercussão internacional,
principalmente nos Estados Unidos, onde foi e é gravado por grandes artistas
como Sarah Vaughan, Quincy Jones, Ella Fitzgerald, Carmen McRae, George Benson,
Lee Ritenour, Dave Grusin, Manhattan Transfer, Take 6, New York Voices, Sting,
Diana Krall e Barbara Streisand.
Nesta
mesma época inicia um trabalho de composição de fados, música que fez parte de
sua vida intensamente com a convivência de seus avós portugueses. Em 77
compôs e gravou seu primeiro fado, chamado simplesmente de “Um Fado”. Esta canção
tornou-se o primeiro fado gravado por um artista português, na maravilhosa
interpretação de Carlos do Carmo, que viria a gravar mais 4 fados de sua
autoria. Em seguida teve canções gravadas por Mariza, Antônio Zambujo, Maria
João Quadros e mais recentemente por Cuca Roseta.
Sua obra e
seus temas musicais estão presentes em diversas trilhas para o cinema e para a
TV. Com Vitor Martins compôs grande parte de seus sucessos, mas suas melodias
também servem de base para letristas e poetas como Caetano Veloso, Dudu Falcão,
Lia Luft, Elisa Lucinda, Paulo César Pinheiro, Celso Viáfora, Ronaldo Monteiro,
Abel Silva, Martinho da Vila, Aldir Blanc, Chico Buarque, Moska, Nei Lopes,
Chico César e Salgado Maranhão.
Em 2005
grava o CD e DVD “Cantando Histórias” onde resgata grandes sucessos de sua
carreira com novos arranjos e com a participação de diversos convidados, o que
lhe rendeu um disco e um DVD de ouro no Brasil e dois Grammys Latinos: o de
melhor disco brasileiro e melhor disco do ano, prêmio máximo daquela academia,
até hoje nunca recebido por outro artista de língua portuguesa. Vale lembrar
ainda que em 1981, a música “Dinorah, Dinorah” ganhou também um Grammy de
melhor arranjo instrumental de jazz com a gravação de George Benson; em 1982 a
canção “Velas” recebeu o mesmo prêmio com a gravação de Quincy Jones e em 2004
Sting ganha o Grammy de melhor vocalista pop com “She Walks This Earth” de sua
autoria.
Em 2009
ganhou mais um Grammy Latino com seu disco “Ivan Lins & The Metropole
Orchestra”, gravado com essa orquestra holandesa e com arranjos e regência do
maestro Vince Mendonza, grande nome da música mundial, tendo como convidados o
guitarrista uruguaio Leonardo Amuedo, a cantora Trijintje Oosterhuis, o
saxofonista Stefano Di Batista e o cantor português Paulo de Carvalho. Este
projeto é um complemento a um longo histórico de apresentações realizadas por
Ivan Lins com orquestras sinfônicas, de câmeras, jazz e big bands.
Em 2011
foi escolhido por um júri mundial da Fifa para se apresentar no evento do
sorteio das chaves para a Copa do Mundo de 2014 , que foi transmitido para o
mundo todo. Em novembro, recebeu na Holanda o Prêmio Edison, prêmio máximo na
música holandesa, em reconhecimento a sua contribuição para a música mundial.
Ivan Lins
é hoje um dos compositores brasileiros mais gravados internacionalmente, até
por isso um dos artistas de maior atuação no exterior, com diversas turnês e
projetos internacionais. Só em 2012, teve 5 projetos fonográficos lançados
simultaneamente, em todo o mundo. Um CD na Espanha, com suas obras vertidas
para o espanhol, tendo como convidados Alejandro Sanz, Jorge Drexler, La Mari,
Pedro Guerra e o cubano Carlos Varela; um CD na Itália em parceria com a banda
IventaRio e com convidados como Vanessa na Matta, Chico Buarque, Maria Gadú,
Bungaro, Petra Mangoni e Maria Pia de Vitto; um CD na Alemanha em parceria com
a SWR Big Band; um CD lançado no Japão.
Em 2012
lançou também um CD de inéditas no Brasil, chamado “Amorágio”, título inspirado
em um poema de Salgado Maranhão e traz para junto de si alguns dos
representantes da nova geração como Maria Gadú, Pedro Luiz, Tatiana Parra e o
português Antônio Zambujo.
Em 2015
Ivan completou seus 70 anos de vida e 45 de carreira, lançando um CD chamado
“América Brasil”. Neste CD ele regrava músicas antigas que não tiveram o
merecido destaque da mídia e canções de sua autoria que foram gravadas apenas
por intérpretes e não por ele mesmo. Este trabalho tem o formato “feito em
casa” já que ele e mais um músico, o tecladista Marco Brito, fazem todos os
arranjos e tocam todos os instrumentos.
Ivan Lins
segue sendo carioca e brasileiro, fazendo suas canções inspirado na sua cidade
e no seu país e por isso mesmo, cada vez mais universal. Seu trabalho o tem
levado a tocar nos quatro cantos do mundo, seja acompanhado de grandes músicos
locais, participando de festivais ou tocando com grandes orquestras e bandas.
Em todas as situações e locais onde se apresenta, leva consigo a música
genuinamente brasileira, a melhor imagem de seu país.
O compositor, que atualmente se divide entre Lisboa e
Petrópolis, no Rio de Janeiro, estava na capital portuguesa quando a pandemia
do novo coronavírus começou, em março do ano passado. Teve de esperar para
voltar ao Brasil e, aos poucos, retomar as atividades.
Nenhum comentário:
Postar um comentário