Parabéns Ivan Lins, 78 anos – O aniversário é dele, mas o presente é nosso – Músicas! - SOM DO MEU TEMPO

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16.6.23

Parabéns Ivan Lins, 78 anos – O aniversário é dele, mas o presente é nosso – Músicas!

Hoje (16/06), o cantor e compositor Ivan Lins, carioca e tijucano, conhecido pelas inúmeras gravações de sua obra no mundo todo, por suas harmonias diferenciadas e por seus arranjos, ao mesmo tempo refinados e populares, completa 78 anos em plena atividade.
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Passou parte de sua infância nos Estados Unidos e é desde tempo que vem suas primeiras influências. Na volta ao Brasil teve contato com os grandes intérpretes e as canções da época, além do fado que escutava em casa de seus avós. Mais tarde o jazz e a música brasileira, em especial a bossa nova, se somariam a este caldeirão de influências. Aos 18 anos, já estudante universitário de química, adota o piano como seu instrumento e inicia a carreira de compositor. Suas composições, com uma construção harmônica diferenciada,  harmonizações e encadeamentos incomuns na música brasileira na década de 70, faz dele um artista respeitado entre músicos do mundo inteiro.

Ivan também teve inúmeros sucessos como cantor e como compositor, entre eles “Madalena” (lançada pela inesquecível Elis Regina), “Abre Alas”, “Somos Todos Iguais Essa Noite”, “Começar de Novo”, “Dinorah, Dinorah”, “Bandeira do Divino”, “Bilhete”, “Desesperar, Jamais”, “ Aiaiaiaiai”, “Vitoriosa”, “Vieste”, “Lembra de mim”, “Depende de nós”, “Novo Tempo”, “Meu País” , dentre outras.
Sua obra se renovou através dos anos, trazendo sempre novos valores musicais e ideais agregados, sem nunca perder a sua marca autoral, o seu DNA e sua originalidade. A partir dos anos 80 seu trabalho tem uma grande repercussão internacional, principalmente nos Estados Unidos, onde foi e é gravado por grandes artistas como Sarah Vaughan, Quincy Jones, Ella Fitzgerald, Carmen McRae, George Benson, Lee Ritenour, Dave Grusin, Manhattan Transfer, Take 6, New York Voices, Sting, Diana Krall e Barbara Streisand.
Nesta mesma época inicia um trabalho de composição de fados, música que fez parte de sua vida intensamente com a convivência de seus avós portugueses. Em  77 compôs e gravou seu primeiro fado, chamado simplesmente de “Um Fado”. Esta canção tornou-se o primeiro fado gravado por um artista português, na maravilhosa interpretação de Carlos do Carmo, que viria a gravar mais 4 fados de sua autoria. Em seguida teve canções gravadas por Mariza, Antônio Zambujo, Maria João Quadros e mais recentemente por Cuca Roseta.
Sua obra e seus temas musicais estão presentes em diversas trilhas para o cinema e para a TV. Com Vitor Martins compôs grande parte de seus sucessos, mas suas melodias também servem de base para letristas e poetas como Caetano Veloso, Dudu Falcão, Lia Luft, Elisa Lucinda, Paulo César Pinheiro, Celso Viáfora, Ronaldo Monteiro, Abel Silva, Martinho da Vila, Aldir Blanc, Chico Buarque, Moska, Nei Lopes, Chico César e Salgado Maranhão.
Em 2005 grava o CD e DVD “Cantando Histórias” onde resgata grandes sucessos de sua carreira com novos arranjos e com a participação de diversos convidados, o que lhe rendeu um disco e um DVD de ouro no Brasil e dois Grammys Latinos: o de melhor disco brasileiro e melhor disco do ano, prêmio máximo daquela academia, até hoje nunca recebido por outro artista de língua portuguesa. Vale lembrar ainda que em 1981, a música “Dinorah, Dinorah” ganhou também um Grammy de melhor arranjo instrumental de jazz com a gravação de George Benson; em 1982 a canção “Velas” recebeu o mesmo prêmio com a gravação de Quincy Jones e em 2004 Sting ganha o Grammy de melhor vocalista pop com “She Walks This Earth” de sua autoria.
Em 2009 ganhou mais um Grammy Latino com seu disco “Ivan Lins & The Metropole Orchestra”, gravado com essa orquestra holandesa e com arranjos e regência do maestro Vince Mendonza, grande nome da música mundial, tendo como convidados o guitarrista uruguaio Leonardo Amuedo, a cantora Trijintje Oosterhuis, o saxofonista Stefano Di Batista e o cantor português Paulo de Carvalho. Este projeto é um complemento a um longo histórico de apresentações realizadas por Ivan Lins com orquestras sinfônicas, de câmeras, jazz e big bands.
Em 2011 foi escolhido por um júri mundial da Fifa para se apresentar no evento do sorteio das chaves para a Copa do Mundo de 2014 , que foi transmitido para o mundo todo. Em novembro, recebeu na Holanda o Prêmio Edison, prêmio máximo na música holandesa, em reconhecimento a sua contribuição para a música mundial.
Ivan Lins é hoje um dos compositores brasileiros mais gravados internacionalmente, até por isso um dos artistas de maior atuação no exterior, com diversas turnês e projetos internacionais. Só em 2012, teve 5 projetos fonográficos lançados simultaneamente, em todo o mundo. Um CD na Espanha, com suas obras vertidas para o espanhol, tendo como convidados Alejandro Sanz, Jorge Drexler, La Mari, Pedro Guerra e o cubano Carlos Varela; um CD na Itália em parceria com a banda IventaRio e com convidados como Vanessa na Matta, Chico Buarque, Maria Gadú, Bungaro, Petra Mangoni e Maria Pia de Vitto; um CD na Alemanha em parceria com a SWR Big Band; um CD lançado no Japão.
Em 2012 lançou também um CD de inéditas no Brasil, chamado “Amorágio”, título inspirado em um poema de Salgado Maranhão e traz para junto de si alguns dos representantes da nova geração como Maria Gadú, Pedro Luiz, Tatiana Parra e o português Antônio Zambujo.
Em 2015 Ivan completou seus 70 anos de vida e 45 de carreira, lançando um CD chamado “América Brasil”. Neste CD ele regrava músicas antigas que não tiveram o merecido destaque da mídia e canções de sua autoria que foram gravadas apenas por intérpretes e não por ele mesmo. Este trabalho tem o formato “feito em casa” já que ele e mais um músico, o tecladista Marco Brito, fazem todos os arranjos e tocam todos os instrumentos.

Ivan Lins segue sendo carioca e brasileiro, fazendo suas canções inspirado na sua cidade e no seu país e por isso mesmo, cada vez mais universal. Seu trabalho o tem levado a tocar nos quatro cantos do mundo, seja acompanhado de grandes músicos locais, participando de festivais ou tocando com grandes orquestras e bandas. Em todas as situações e locais onde se apresenta, leva consigo a música genuinamente brasileira, a melhor imagem de seu país.

O compositor, que atualmente se divide entre Lisboa e Petrópolis, no Rio de Janeiro, estava na capital portuguesa quando a pandemia do novo coronavírus começou, em março do ano passado. Teve de esperar para voltar ao Brasil e, aos poucos, retomar as atividades.


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